Nerd adorador da cultura pop dos anos 80 tornou-se roteirista e escritor. Em 2009, o filme Fanboys cheio de referências ao mundo nerd fez sucesso no cinema e tornou-se um fenômeno cult. Estes dias Ernie vive em Austin, Texas com sua esposa, sua filha, e uma grande coleção de jogos clássicos. Jogador Número 1 (READY PLAYER ONE) é o seu primeiro romance.
Sinopse de Fanboys (2009)
Três anos após deixar a escola, Eric (Sam Huntington) reencontra os velhos amigos Windows (Jay Baruchel), Linus (Chris Marquette) e Hutch (Dan Fogler) em uma festa a fantasia. O trio permanece no esquema da escola, jogando videogame e se divertindo com a série Star Wars. Já Eric agora trabalha na empresa de seu pai, onde tem a possibilidade de ascender rapidamente. Quando Eric toma conhecimento da grave doença de Linus, que fará com que morra em poucos meses, o quarteto resolve fazer uma viagem inesquecível, onde pretendem realizar um sonho de adolescência: invadir o Rancho Skywalker para assistir, em primeira mão, o aguardado Star Wars: Episódio 1 - A Ameaça Fantasma, ainda inédito em circuito.
Confira abaixo a entrevista feita pelo site Wired com Ernest Cline:
Geek Dad: Este livro tem sido um grande sucesso para mim! Eu não consigo colocar ele de lado. Os personagens são muito próximos da nossa realidade, mesmo que a história seja contada no futuro, mas o principal desta história [para mim], é o personagem Halliday. De onde veio a inspiração para este personagem?
Ernest Cline: Minha inspiração inicial para Halliday veio do Willie Wonka – a ideia de um rico excêntrico iniciando um concurso fantástico. Mas eu imaginei a personalidade de Hallidays como uma coisa entre Howard Hughes and Richard Garriott – um game designer incrivelmente inteligente e com uma pequena pitada de loucura. Eu também me certifiquei de que Halliday e eu nascêssemos na mesma época, assim sua obsessão/interesse pela cultura pop iria se sobrepor a minha e os outros ubber geeks de meia idade que eu conheço.
GD: De onde você teve a inspiração para os outros personagens?
EC: Wade, Aech e Art3mis são todos baseados e tipos de geeks. Os personagens são amalgamas de mim mesmo e outros geeks diferentes que eu conheci durante todos estes anos, ambos homens e mulheres. O personagem de Aech é parcialmente baseado no meu amigo Harry Knowles (mas não completamente baseado), Os dois personagens Japoneses
Daito e Shoto, são baseados em todos os Otakos (Geeks japoneses) que eu tenho encontrado em filmes e animes e nas pesquisas que eu fiz de Hikikomori, o nome dado a jovens crianças japonesas (em sua grande maioria homens) que se trancam em seus quartos por meses ou anos se isolando da sociedade.
GD: Nós sabemos que você pode criar filmes, o que fez você querer transformar esta história em livro?
EC: Depois da minha experiência fazendo fanboys eu queria poder contar uma história com total poder criativo, porque assim eu poderia fazer tão geek e referencial quanto eu queria. Isso é bem difícil de fazer quando se está fazendo um filme de milhões de dólares e alguém que não você está investindo todo o dinheiro. Mas quando você escreve um livro, você pode fazer o que quiser, e é por isso que eu decidi fazer desta história um livro.
GD: Você consegue se ver escrevendo um roteiro para Jogador Número 1? Seria um filme ou uma série de TV – animada ou não?
EC: Na verdade, os direitos de filmagem de Jogador N.1 foram vendidos para Warner Bros. um dia depois de eu ter vendido o livro para Random house. E como eu já havia me estabelecido como roteirista, me permitiram escrever os primeiros rascunhos de um roteiro. Eu entreguei meu último rascunho alguns meses atrás, e é isso o que um
estúdio está usando para achar um diretor. O filme será definitivamente atuado (e não animado). O estúdio quer que o filme seja uma grade produção, na escala de Harry Potter ou Avatar.
GD: Você fala sobre a cultura dos anos 80 com tanta consideração no livro. O que os anos 80 significa pra você?
EC: Eu tinha 7 anos quando os anos 80 começaram e 17 quando a década acabou. Por isso foi uma década que formou o que sou. Foi quando eu me apaixonei por filmes, vídeo games, computadores, e muitos dos livros e músicas que eu ainda amo hoje em dia. Eu sou incrivelmente nostálgico com os anos 80, porque eu acho que foi quando a cultura geek realmente deu um salto.
GD: Ok, eu tenho que perguntar! Qual foi o seu filme de Star Wars preferido e qual o seu personagem predileto.
EC: Meu filme favorito é Star Wars (Episódio IV – Uma nova esperança) Eu acho que foi um filme perfeito. E meu personagem favorito é o Luke Skywalker. Um fazendeiro bobo no meio do nada que eventualmente se torna um cavaleiro Jedi esperto e destrói todo o empério Galáctico. Luke é o cara.
GD: Você iniciou um ótimo debate em Jogador N.1. que agora precisa da opinião do artista: Como você se sente em relação ao filme O feitiço de Áquila (Ladyhawke)
EC: Eu adoro O feitiço de Áquila. É um filme de fantasia realmente divertido, com grandes performances de todo o elenco. E o synthesizer-laden deixa um ar saudável de anos 80 que torna tudo mais digno de apreciar. De fato, eu vou assistir o filme novamente, assim que terminar esta entrevista.
GD: Você pode nos contar seu personagem de Dungeous and Dragons favorito?
EC: Saccloth of Shadowdale, o ladrão Acrobata do level 18. Eu joguei durante todo o ensino médio. Ele não era muito difícil, mas compensava com suas bravatas e declarações espertas.
GD: Que videogames você está jogando agora? Qual sua obsessão (até chegarmos a um OASIS na vida real)
EC: Eu acabei de terminar Portal 2, que é incrível. Eu continuo obcecado por Quake Live e jogo assim que tenho alguns minutos livres. Eu tenho que evitar jogos como World of Warcraft or Minecraft do contrário eu nunca consigo terminar meu trabalho.
GD: O que vem depois (de Jogador N.1) para você?
EC: Estou trabalhando em um roteiro Geek dos anos 80. Alguma coisa entre Stand By Me (conta comigo) e Dazed & Confused (Jovens, loucos e rebeldes) – mas com muito RPG, computadores de 8-bit e coisas geek vintages. Eu gostaria de fazer um filme indie de baixo custo no ano que vem.
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